Essere italiano

Creato il 30 novembre 2012 da Brasilitalia

Ci sono cose che non cambieranno mai. Altre che cambiano col tempo. Une delle cose che mai cambierà è il fatto di essere italiano. Può sembrare una banalità ma non lo è, credetemi. Io vivo in questo paese da più di tre anni, e come ho già detto in varie occasioni è molto probabile che sarà qui che finirò i miei giorni. Ma pur “gostando” di questo paese (perché credete che stia qui, perché trovo noci di cocco tutto l’anno?) non potrò mai abituarmi ad alcune caratteriste di questo popolo, né tanto meno potrò mai accettare di essere diverso da quello che sono.
È chiaro che non è così per tutti. Alcuni accettano di buon grado queste differenze. Anzi, sono così portati per vivere in questo paese che sono loro i primi a cambiare, non solo accettando in tutto e per tutto i costumi e le abitudine locali, ma diventando a tutti gli effetti uno di loro. Leggo in un noto blog:
“… I brasiliani non dicono mai di “no”, non sono capaci, non ci riescono, è più forte di loro. Credono di farti uno sgarbo, sono troppo educati per dirti di no. Bisogna dire sempre di sì, essere sempre a disposizione del prossimo, non irritarlo, assecondarlo, sempre. Non importa che molto spesso irriti più un falso sì di un sincero no. Quel suono monosillabico, tanto semplice da pronunciare, non lo vedrete mai uscire dalle labbra di un brasiliano. Se poi non è tanto convinto del “sì” che vorrebbe pronunciare come fosse una liberazione, se la cava con un “vamos ver“, “vedremo”, con un “vamos nos falando“, “ci sentiamo”, con un “acho que sim“, “penso di sì”… Tutti lo fanno, ma tutti si lamentano: “Sapevo che non veniva, è un fanfarrão (fanfarone)”. Adesso basta! Divento fanfarrão anche io: cari brasiliani piuttosto che dirvi un sincero no, comincerò anche io a darvi buca, a rendervi pan per focaccia, ma in amicizia, con gentilezza. E poi proprio come voi, poi mi lamenterò dei fanfaroni, ma bonariamente, senza cattiveria. Alla fine siete fatti così e siete uno dei popoli più allegri del mondo, cercate di non cambiare. Piuttosto cambio io.”.
Io non voglio cambiare gli altri, ma nemmeno voglio cambiare io.
Questa mia mancanza di cambiamento per alcuni viene interpretata come ottusità mentale, per altri come una forma di stupida e orgogliosa vanità. Ma per la verità è solo una forma per dire agli altri “Accettami per quello che sono”. Sono consapevole di non essere perfetto e di avere molte lacune, ma so vedere anche le lacune degli altri. Quindi io non dirò mai a un brasiliano “Tu devi fare come me, perché il tuo modo è sbagliato”. È ovvio che troverò strane alcune sue abitudini, se sono diverse dalle mie e dirò “Io faccio diversamente”. Ma lascio libero di fare come ognuno vuole.
Purtroppo non è così per tutti e molte persone, solo per il fatto che faccio notare queste piccole differenze, mi criticano aspramente e mi giudicano in malo modo pensando che io mi creda superiore in qualche cosa. Queste persone non si rendono conto che la mia non è una critica nel loro modo di fare o di pensare, ma solo una constatazione logica di differenze culturali. Ma purtroppo, in questo paese, la sincerità non è una cosa molto gradita.
Per fortuna esistono persone che sono consapevoli di queste differenze, e ne parlano senza problemi, giusto per far capire agli altri che non siamo tutti uguali, e che ognuno dovrebbe apprendere un poco dalle altre persone. Uno di questi è Fabio Barbiero, già citato diverse volte in questo blog per essere un ottimo conoscitore del popolo brasiliano (come lui è) ma anche di quello italiano. Questo è quello che ha scritto un po’ di tempo fa a riguardo su alcune differenze tra di noi:
SINCERIDADE NUA E CRUA
Esta è talvez uma das diferenças culturais mais gritantes entre o Brasil e Itàlia e para explicà-la recorro a uma pequena història que geralmente conto aos clientes e amigos: Imaginamos a seguinte situaçao: voce està com o voo marcado para o dia seguinte, e seu aviao partirà às 08:00 horas da manha e precisa de alguém que te leve ao aeroporto.
Pedindo para um brasileiro, que entra às 08:00 da manha no emprego e SABE que nao terà como te levar, a resposta dele è mais ou menos assim:
- Saga, fica tranquilo que a gente vai dar um jeito!!! Vou ligar pro meu chefe, explicar a situaçao e claro que ele vai deixar, afinal preciso levar um amigo no aeroporto...
Resultado: no dia seguinte, 7:30 da manha e com voce jà tendo arrancado metade dos cabelos tentando ligar no celular do amigo - sempre caindo na caixa postal ou nao respondendo, eis que consegue falar com ele que te responde: - Puuuutz, cara sacumé, voce acredita que nao me liberaram para te levar? E voce perdeu o seu voo...
Pedindo para um italiano, que também entra às 08:00 da manha no emprego e SABE que nao terà como te levar, a resposta dele è mais ou menos assim:
- Saga, nao tenho a menor condiçao de te levar no aeroporto, pois neste horàrio estarei trabalhando, por isso è melhor voce procurar outra pessoa ou outra alternativa!!!
Resultado: voce nao esperou a ajuda do cara, ligou para um serviço de tàxi e graças a Deus correu tudo bem e voce conseguiu embarcar em tempo. E nao perdeu o seu voo...
Conseguiram distinguir a diferença cultural aqui? O italiano (o europeu em geral) nao tem meio-termo: ou è, ou nao è! Se voce tem um problema, fale na cara, de forma franca, jamais fale pelas costas, pois isso aqui è considerado falta de caràter - e convenhamos, é falta de carater!!!
No Brasil existe a palavra melindre que segundo o dicionàrio Michaelis significa, entre outras coisas: "Cuidado extremo em não magoar ou ofender por palavras ou obras."
E è aqui que a porca torce o rabo, pois usualmente temos tanto, mas tanto medo em magoar os outros que acabando fazendo promessas mesmo sabendo que nao poderemos cumpri-las!!!
O italiano - ao contràrio - aprendeu desde pequeno que magoar uma pessoa è exatamente o oposto: prometer algo que saberà que nao poderà cumprir. E este comportamento para um brasileiro (melindroso) è considerado estùpido ou mal-educado. Jà o comportamento do brasileiro para o italiano (rigido) è considerado falta de caràter, de comprometimento, de confiança...
Eu mesmo jà me vi em situaçoes embaraçosas, como por exemplo um cliente que bateu na minha porta determinado dia (num domingo) para reclamar que o italiano com quem ele dividia a casa era muito mal-educado e ele nao estava mais suportando a situaçao. Quando eu perguntei o que havia acontecido ele me respondeu: - Voce acredita que ele passou por mim e nao me deu bom-dia?
Sim, caros leitores, juro que isso aconteceu e quando eu escrever o livro 'As pèrolas do Saga' vai constar là com certeza!!!
Minha resposta italianizada: - Ok fulano, voce bateu na minha porta num pleno domingo apenas para me dizer que alguém nao te cumprimentou, o que voce quer que eu faça??
Naquele momento, com base na cara toda chorosa do rapaz, percebi que na verdade ele nao queria que eu fizesse nada, queria apenas desabafar com alguém...
O Saga brasileiro teria respondido: - Poxa vida, nao acredito, mas nao liga nao, às vezes ele estava imerso nos pròprios pensamentos, e veja sò: voces nao sao amigos, ele nao precisa te dar bom dia todas às vezes que te encontra durante o dia...
O Saga italiano simplesmente queria matar o cara, pensando: - Porca miseria, o que eutenho a ver se alguém passou por voce e nao te cumprimentou???
AS RELACOES ENTRE AS PESSOAS E A AMIZADE
Acredito que uma das maiores liçoes que aprendi aqui na Itàlia è que chamar um amigo de amigo è como a frase eu te amo: nao deve ser falada da boca pra fora!!!
Aprendi tambèm que as amizades sao construidas ao longo do tempo, e quando alguém disser que è seu amigo, è porque ela è verdadeiramente seu amigo e que farà qualquer coisa por voce!!!
Mais uma vez recorro a uma frase do blog da Barbara - o Brasil na Itàlia que jà tinha usado em 2008:
"O brasileiro está acostumado a ter um milhão de amigos. Você senta em um bar, conhece uma pessoa nova, na próxima vez que o encontrar já o apresentará como "esse aqui é meu amigo fulano de tal". Na Italia receber o título de "amigo" é quase tão difícil como conquistar uma medalha de ouro nas Olimpíadas."
Porém aproveito para roubar um pouco mais do artigo original dela para enriquecer o argumento:
Se você trabalha sempre com uma pessoa, depois vai a uma festa com essa pessoa, como a apresenta? O italiano dirá “questo é il mio collega fulano de tal”. Sim, sempre colega mesmo que vocês trabalhem juntos há anos!  Será que é só um modo para dizer a mesma coisa? Vamos apelar ao dicionário:
Collega: compagno di professione, di studi, di ufficio, ecc. Socio in un’impresa, in un’attività, chi si trova nelle stesse condizioni di un’altra persona.
Amico: che è benevolo; chi è legato a qualcuno con affetto e familiarità: l’amico d’infanzia, l’amico del cuore.
Entenderam? O que diferencia um do outro é o sentimento. O collega é um colega por simples casualidade, o amigo é aquele do coração, que faz parte da nossa vida.
Talvez o brasileiro chame todo mundo de amigo porque mesmo por um breve período de tempo, deixa que aquela pessoa entre no seu coração. Aqui é preciso demonstrar, provar, merecer.
Na Italia cada um tem o seu papel e deve saber muito bem como não ultrapassar os limites da vida alheia. Tanto é que uma das expressões mais usadas é “Non mi permetterei mai” ou “Non ti permettere”.
fonte: Minha saga
È un vero peccato che in questo paese non ci siano molte persone come lui, perché sono sicuro che potrebbe essere migliore. Ma forse sono io che sbaglio e che pretendo troppo. Forse anch’io, come il mio amico di São Paulo, dovrei cambiare e cercare di diventare almeno un po’ più brasiliano. 

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